[RESENHA] NADA DE NOVO NO FRONT - ERICH MARIA LEMARQUE






Título: Nada de Novo no Front
Autor: Erich Maria Remarque
Editora: L&PM POCKET
ISBN: 9788525413260
Páginas: 220 


Erich Maria Remarque, foi um veterano alemão da Primeira Guerra Mundial, pacifista, após a guerra se empenhou a mostrar as pessoas, ao mundo, que participar de um conflito bélico de tamanha magnitude, não era tão honroso como imaginam antes de acontecer. Nada de Novo no Front, é o livro mais famoso de Remarque, e um dos mais lidos no mundo pós-guerra, produzido a partir dos diários do autor no período pós-guerra, retratando as atrocidades e mortes que a guerra fornece as pessoas na visão de um soldado. Após a publicação desse livro, no decorrer de 1933, com a tomada dos nazistas ao poder da Alemanha, o autor perdeu sua nacionalidade alemã, sendo considerado pelos nazistas traidor da nação, e seus livros foram queimado. Na época Remarque já se situava morando em países estrangeiros, vindo a se nacionalizar estadunidense em 1947.





O livro é contado em primeira pessoa, em que o lírico da obra é um soldado alemão lutando na Primeira Guerra Mundial. Inicialmente, o protagonista Paul(Paul era o segundo nome de Remarque, que após a guerra mudou para Maria, em homenagem a sua mãe), relata
um momento presente de felicidade, pois sua guarnição ganhou porcões de mantimentos extras naquela noite, devido a oferta da cozinha ser para cento e cinquenta homens, e no último dia no front um ataque promoveu quase a metade desse valor em baixas no pelotão de Paul.



Ele não convive com totais desconhecidos, seus amigos de escola estão lá também (Kat, Haie, Detering, Muller, Tjaden, Kropp, Kantorek, Albert), juntos com ele na guerra, o que o faz se sentir menos desconfortável, menos triste e desiludido até. No front, a preocupação dos soldados eram basicamente ficar vivos, mantendo a posição, o local, em seus domínios até a próxima guarnição chegar para revezar com eles. O livro é retratado como um tipo de diário do soldado contando o decorrer dos quatro anos de guerra, e, cada período do conflito em sua vida o personagem descreve: as batalhas; as investidas inimigas com ataques de morteiros; a ajuda uns soldados com os outros; e para com os novatos que eram mandados para linha de frente; e também a perda de seus amigos que lutavam na guerra. A vida nas trincheiras à visão do soldado, era rotineira, um período na linha de frente, seguido de alguns dias no quartel, e raramente alguns dias de licença para visitar os familiares.


O autor, retratou de forma simples e muito clara, o que seria uma guerra de verdade, pois afinal, ele participou dela. O importante desse livro, é que ele não trata de táticas de guerra, vitórias ou derrotas, como em muitos livros de história militar. Aqui são revelados os detalhes que nestes outros não há, a opinião, o pensamento do soldado, que sempre são os primeiros a darem suas vidas pela causa de alguém ou uma nação, a visão do soldado é clara nesta obra, e o mal que a guerra causa as pessoas também.



 “ –É estranho, já vimos isto algumas vezes. Quando uma destas minas apanha alguém, é como se realmente lhe arrancassem a roupa. É resultado da pressão do ar.
Continuo a procurar. De fato, é verdade o que ele diz: Aqui e lá estão pendurados apenas farrapos de uniformes; mais adiante, colou-se uma massa sangrenta, que já foram membros humanos. Vemos um corpo, estendido com uma só penas, enrolada num pedaço de ceroula, tendo, à volta do pescoço, o colarinho da túnica. Está nu, a farda espalhada pela árvore. Faltam-lhe os dois braços, é como se tivessem sido destarraxados. Descubro um deles, que foi cair a uns vinte metros do corpo, no meio do mato.” pag. 160


Perguntas simples que se passam pelo pensamento, e aquele soldado que eu, também soldado, matei, tem família? Com que trabalhava antes da guerra? Era um homem bom? Remarque também expõe estes relatos quando Paul mata um homem considerado inimigo, com uma faca, e após tê-lo assassinado sente o pesar de culpa.


“Perdoe-me, companheiro, como é que você pôde ser meu inimigo? Se jogássemos fora estas armas e estas fardas, poderia ser meu irmão, como Kat e Albert. Tire vinte anos de minha vida, companheiro, e levante-se... tire mais, porque não sei o que farei deles agora.”


Enfim, o livro é maravilhoso, rico nos detalhes de simplicidade, um dos melhores que já li, e considero-o como um dos meus favoritos e super recomendo a leitura.

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Comentários
2 Comentários

2 comentários :

  1. Olá!
    Esse livro é excelente. Retrata de maneira crua a realidade da guerra.
    Beijos,

    Priscilla
    Infinitas Vidas

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  2. Ótimo livro, retrata de forma fiel o que é realmente uma guerra.

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